Pedaços de Link:

Meninos... Meninos.... Meninos... Quem eles são?

No início a atração fatal, a ação para conhecê-los e prová-los. Ouvir suas palavras, prestar atenção no que fazem. Sentir o rosto áspero ou liso, a pele rígida ou úmida. Sacar se é homem ou mulher... Perceber se o beijo se encaixa. Sem saber diferenciá-los.
Ativos, passivos, participativos, relativos, tímidos e virgens... Tudo se mistura no grande navio da internet, no mundo em que todos mentem. O mundo onde encontramos o fluxo da leitura e da visão transmitidas numa tela fria. Nada ali é real. Aquilo apenas nos mergulha em uma vontade desconhecida pela razão. A imaginação parece se tornar pulsante, mas no encontro, tudo nos engana.
Então de onde nos surge essa vontade?
De onde vem esta falta de moral?
Por sexo acreditamos que o mais imundo se tornou o mais limpo.
Eles são apenas vampiros procurando pelo prazer, não se importanto com a beleza e dizendo que qualquer um pode ser incrível.
E será que alguém ainda procura o amor virtual?
Tudo acaba depois do primeiro orgasmo. Se o prazer foi alto, marca-se a próxima vez. Se não, um novo apelido entra em cena.
E quando poderia se apaixonar por isto?
Somente os mais inexperientes. Aquelas crianças que se arrasatam feito um cachorrinho quando alguém digita: Tenho local.
Um bate papo substitui uma praça. Uma imagem substitui uma pessoa e uma câmera substitui o contado da pele.
Quantos são os ainda perdidos neste mundo?
Talvez os desesperados que procuram pelo amor.
Que sem nenhuma saída se entregam. Deixando suas vidas nas mãos de algum cara, acreditando nos elogios antes de uma ereção.
Na hora, sempre a mesma coisa. O masculino tentando dominar o masculino.
E porque alguém deveria se entregar se todos nós já estamos entregues?
Os meninos hoje são pedaços de link. Onde não nos importamos em baixar em nossas vidas.
E o sexo? É apenas a desfragmentação de nossa moral, que sempre está online para se tronar um lixo eletrônico.