Com uma calça preta estampada Red Cult. Uma camiseta sem mangas - preta
e rocha. Um colete preto de tamanho menor do que o considerado pequeno. Sapatos
pretos engraxados que com o tempo ficaram sujos de terra. Corrente prata no
pescoço, dois cintos customizados, lápis preto nos olhos, piercing no nariz e
uma sacola com duas garrafas de coca cola, catuaba e conhaque.
... Família reunida (mãe, primos e amigos) ... Rumo á festa.
O único roqueiro da turma e eu deveria me sentir diferente? Diferentes
estavam eles, convidados de bermuda e camisetas de cor clara.
Os cumprimentos foram normais. Todos aqueles sorrisos estampados e
todas aquelas pessoas sentadas em alguma mesinha tomando cerveja e comendo
petiscos.
Disfarçadamente, esta é uma certeza, olhares reparadores se voltaram
contra mim. Mas quem é que hoje em dia tem coragem de dizer o que pensa? Chegar
até você e dizer – nossa, como você é doido.
A bebedeira começou e ele estava comigo. Minha intenção era
apresentá-lo a pessoas diferentes, não aqueles vida louca que o fazem gargalhar
com aqueles assuntos de mulheres, heterossexualides ou qualquer coisa que este
tipo de macho conversa.
[caramba, está muito fóda escrever este texto]
Pois bem... Não sei se foram ciúmes, apego, possessão ou simplesmente
insatisfação.
A gente costuma fazer planos
para a noite, mas quando chega a hora H nada do que imaginamos acontece. Fica tudo diferente
sabe? E faz parte, então aprendam esta lição.
Tempos depois ele teve a maravilhosa ideia de querer beijar minha prima
(ela é loira e muitos homens a desejam) ... então eu ... Imagine você estar com
alguém que gosta de verdade e sentir que o tal deseja outra pessoa e ainda lhe
diz diretamente?
Não sinto ciúmes, mas ao invés de fazer uma cena e transparecer nosso
caso homossexual proibido, acabei convidando alguns espíritos para beber
comigo. Me isolei,peguei a garrafa de conhaque, sentei sozinho numa escada e
tentei superar a pequena decepção.
Então me deixaram sozinho. Foram embora. Não vou dizer o que penso
agora para não exalar nenhuma revolta. Mas até que este espírito me ajudou
sabe?
Por ironia do destino, quando eu estava voltando para casa ele estava
lá. Ajudando aquele amigo que o afastou de mim, o carregando para casa de tão
bêbado. Fui correndo ajudar, lógico.
Quando entrei na casa ele estava deitado, com a batida de vinho
espalhada pelo chão, a mãe quase chorando. E mesmo sem conhecer o sujeito,
levantei seu rosto para que o pior não acontecesse.
Fiz aquele gesto de caridade, mas em minha mente se passava a vontade
de que ele morresse engasgado com o próprio vômito. Bem, aquele espírito ainda
estava comigo.